Estudo apresentado nesta semana no congresso da American Heart
Association, em Orlando, nos EUA, mostra que um novo remédio conseguiu
aumentar os níveis do chamado colesterol bom, o HDL, e baixar as taxas
do ruim, o LDL.
Quando combinado aos remédios já usados para baixar colesterol
(estatinas), o evacetrapib mais que dobrou os níveis de colesterol bom e
reduziu em até 35% o colesterol ruim, além de diminuir os
triglicérides, outro indicador de risco cardíaco que é medido em exames
de rotina.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O HDL funciona "limpando" o colesterol das artérias e o levando até o fígado. De lá, ele é eliminado do corpo.
Segundo Raul Santos, diretor da unidade de lípides do InCor (Instituto
do Coração), um nível baixo de HDL é um sinal de risco de infarto.
Resultados abaixo de 40 mg/dl para homens e 50 mg/dl para mulheres são
um sinal de alerta, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira
de Cardiologia.
Remédios da mesma família do evacetrapib vêm sendo testados há alguns
anos. O primeiro deles foi uma grande decepção para os médicos, afirma
Santos, porque aumentou a pressão arterial dos pacientes e o risco de
problemas cardíacos.
"Depois disso, foram desenvolvidas mais três moléculas que, até agora, não causaram esses efeitos."
Um desses medicamentos, o dalcetrapib, está sendo testado no InCor por
20 pacientes, há dois anos. "Em 2013 devemos ter uma resposta sobre os
efeitos da droga."
Os médicos ainda precisam determinar se o mecanismo usado pela droga
para aumentar o colesterol bom pode prejudicar a pessoa a longo prazo. A
proteína cuja ação é inibida pelo remédio para aumentar o colesterol
bom pode ter uma ação protetora para as artérias.
"O efeito do remédio sobre o colesterol é ótimo, mas ainda não sabemos se isso vai prevenir eventos cardíacos", diz Santos.
O novo estudo, feito por médicos da Cleveland Clinic e publicado no
"Journal of the American Medical Association", sugere testes maiores
para comprovar os benefícios do remédio.
POLÊMICA
Um outro estudo apresentado no congresso americano de cardiologia e
publicado no "New England Journal of Medicine" levanta o debate sobre
outra substância usada há mais de 50 anos para aumentar o HDL, a
niacina.
A pesquisa analisou o impacto da substância em pessoas com LDL
controlado (abaixo de 70 mg/dl). Segundo os autores e um editorial
publicado na revista médica, o remédio deve ser aposentado, porque não
aumenta o colesterol bom dos pacientes e causa vermelhidão da pele.
Segundo o cardiologista do InCor, no entanto, ainda é preciso esperar o
resultado de um estudo maior, com 25 mil pessoas, antes de desistir do
remédio. "Ele é seguro, está no mercado há décadas."
fonte:folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário