terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Pesquisas de tratamento para zika podem levar até 2 anos.

  Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Pesquisador do Laboratório de Virologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco, Rafael França estima que serão necessários pelo menos dois anos para que perspectivas de tratamento de infecções pelo zika comecem a ser delineadas. "Há ainda muitas questões a serem respondidas. A primeira tarefa é identificar o genoma do vírus", afirmou.
Diante do aumento de casos de infecções e da rápida dispersão do zika, uma rede de pesquisadores redobrou os esforços para tentar definir o mais rapidamente possível a sequência genética do que, até seis meses atrás, era considerado o "primo fraco da dengue". A rede de vigilância genética busca, por exemplo, analisar se houve uma mutação do vírus, descrito pela primeira vez em 1947, mas que somente nos últimos anos começou a despertar a atenção de autoridades sanitárias.
A experiência brasileira demonstra que a infecção pelo zika em gestantes tem correlação com a microcefalia. Os casos no país também ajudam a comprovar a suspeita de que o vírus pode atingir o sistema neurológico, aumentando o risco de doenças autoimunes como a síndrome de Guillain-Barré.
França afirma que a mutação pode não ser a resposta para o impacto que a infecção pelo zika vem provocando na população brasileira. "Há outros fatores que devem ser observados. Uma das suspeitas que precisam ser investigadas é se o vírus teria um impacto diferente entre pessoas que já têm anticorpos para dengue, um agente da mesma família que o da zika", afirmou.

Organismo

Além da vigilância genética, pesquisadores têm como tarefa desvendar a forma de atuação do vírus no organismo. "Sabemos pouco sobre isso", reconheceu França. As dúvidas não são apenas entre pesquisadores brasileiros. Há uma grande lacuna de conhecimento sobre zika em todo o mundo. "Por se tratar de um vírus novo e que até agora era tido como de pouco potencial de dispersão e de agressão no organismo, ele despertava pouca atenção."
França avalia que uma das estratégias mais promissoras para deter o avanço da doença consiste em desenvolver terapias que tenham como princípio anticorpos contra o vírus. Para isso, é preciso conhecer a estrutura do zika e desvendar os mecanismos que ele usa para invadir as células do corpo humano. "Uma vez descoberto o caminho usado por ele para ingressar na célula, a ideia é tentar colocar um obstáculo, algo que o impeça a invasão", afirmou. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)

domingo, 22 de novembro de 2015

Mapa quantifica pela primeira vez água escondida debaixo da terra no mundo.

BBC






Mapa quantifica pela primeira vez água escondida debaixo da terra no mundo
O volume total de água armazenada no subsolo do planeta é estimado em 23 milhões de km³. Seria o suficiente para cobrir toda a superfície da Terra com uma camada de 180 metros de profundidade.

Essa foi a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores canadenses e publicado na revista científica Nature Geoscience.

Mas apenas 6% dessa água é própria para consumo humano. Isso porque a chamada água "moderna" presente no subsolo está próxima da superfície e pode ser extraída ou usada para complementar recursos localizados acima do solo, em rios e lagos.

"Esta é a água que é renovada mais rapidamente na escala de vida humana", explicou Tom Gleeson, da Universidade de Victoria, no Canadá, responsável pelo estudo.

"Ao mesmo tempo, é a mais sensível a mudanças climáticas e contaminação humana. Trata-se, portanto, de um recurso vital que precisa ser mais bem gerenciado."

Recurso finito

Para quantificar a água armazenada nos dois primeiros quilômetros da superfície da Terra, Gleeson e sua equipe combinaram extensas bases de dados e modelos computacionais.
Foram analisados, entre outros fatores, a permeabilidade de rochas e do solo, sua porosidade e características dos lençóis freáticos.

A chave para determinar a idade de toda a água armazenada foram medições feitas com trítio, uma forma radioativa de hidrogênio que surgiu na atmosfera há 50 anos como resultado de testes de bombas termonucleares.

A partir desse elemento químico, os cientistas puderam identificar toda a chuva que chegou ao subsolo desde então.

Reservas

O mapa acima mostra a distribuição da água moderna presente no subsolo ao redor do mundo. As manchas em azul escuro mostram onde ela é renovada rapidamente. Em tom mais claro, a água mais antiga, que em sua maioria está estagnada e não pode ser renovada.
"As características dessa água antiga variam muito", disse Gleeson à BBC News. "Em alguns lugares, é muito profunda. Em outros, não. Em muitos lugares, ela é de má qualidade e pode ser mais salina que a água do mar, além de ter metais e outros componentes químicos dissolvidos nela e que teriam de ser tratada antes de se tornar potável ou usada na agricultura."

Isso torna ainda mais importante as reservas modernas e a necessidade de administrá-las de forma sustentável, alertam os cientistas.

O estudo destaca ainda como elas estão distribuídas de forma desigual no planeta. O próximo passo, afirmou Gleeson, é determinar o ritmo com que algumas reservas estão sendo consumidas.

"Essa visão global da água no subsolo irá conscientizar de que nossas reservas mais recentes no subsolo, aquelas que são mais sensíveis a mudanças ambientais e provocadas pelo homem, são finitas", disse Ying Fan, da Rutgers University, nos Estados Unidos.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Encontrados fósseis de anfíbios e réptil de 278 milhões de anos no Nordeste.

 
Fósseis de três espécies de anfíbios e uma de réptil do período Permiano, final da era Paleozoica, foram descobertas por cientistas nos Estados do Piauí e do Maranhão, numa área da Bacia do Rio Parnaíba. O material fossilizado tem cerca de 278 milhões, correspondentes ao período Permiano. Os animais viviam em lagos tropicais no Nordeste brasileiro.
Esta é a primeira fauna desta idade encontrada no hemisfério Sul e que também tem registros na América do Norte e na Europa. O estudo intitulado "Nova fauna Permiana do Gondwana tropical" foi publicado na revista Nature Communications, no último dia 5, e faz parte de uma pesquisa nos Estados do Piauí, Maranhão e Tocantins.
As duas primeiras espécies fossilizadas encontradas foram de dois anfíbios carnívoros arcaicos nas cidades de Timon (MA) e Nazária (PI). Os animais receberam os nomes de Timonya anneae e Procuhy nazariensis em homenagem aos municípios que foram encontrados.
O paleontólogo Juan Carlos Cisneiros, professor doutor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que fez parte da equipe de pesquisadores, explica que as duas espécies eram parentes distantes dos anfíbios modernos, mas não eram verdadeiras salamandras nem sapos. Elas pertenciam a um grupo extinto que era comum no Permiano.
O Timonya anneae era um pequeno anfíbio inteiramente aquático que possuía presas e guelras (aparelho respiratório dos animais que vivem na água e não possuem pulmões). O aspecto dele lembra a mistura entre uma salamandra aquática e uma enguia.
Já o Procuhy nazariensis também vivia submerso na água em lagos tropicais. O animal recebeu o nome de "Procuhy", que significa sapo de fogo na língua timbira, nativa do Maranhão, Piauí e Tocantins, porque foi encontrado fossilizado em uma rocha usada para produzir fogo na formação geológica Pedra de Fogo.
"A terceira espécie é um anfíbio do tamanho de um pequeno jacaré, cujos parentes mais próximos viveram vinte milhões de anos depois no Paraná e na África do Sul, e uma espécie de réptil com aspecto de lagartixa que até agora só tinha sido encontrada na América do Norte", explica o professor.

Fauna da Pangeia

Cisneiros destaca que a descoberta dos fósseis deve ajudar a revelar como os animais se dispersaram nas regiões da Pangeia, antigo supercontinente que teria sido subdividido em por um longo braço de mar originando as duas massas continentais Gondwana e Laurásia.
Os pesquisadores explicam que o registro das espécies encontradas no Nordeste do Brasil preenche o panorama de como era a bacia do Rio Parnaíba há mais de 200 milhões de anos, traça como estes animais se dispersaram e como colonizaram novas regiões da Pangeia. A bacia do Rio Parnaíba é conhecida pelos paleontólogos como uma região rica em material fossilizado. É lá onde está o Parque Floresta Fóssil de Teresina, único sítio paleontológico dentro de uma cidade brasileira que possui troncos petrificados com datas de 270 milhões de anos.
"O primeiro réptil encontrado aqui na região dessa idade é uma espécie que já era conhecida na América do Norte, nos Estados do Texas e de Oklahoma nos Estados Unidos. Isso mostra que a fauna do Piauí tinha conexão com a fauna daquela região. Hoje em dia parece estranho, mas temos que lembrar que naquela época os continentes estavam unidos, formando o que a gente conhecia como a Pangeia. A América do Norte estava coladinha com a América do Sul e realmente não é tão difícil que os animais pudessem habitar uma área compartilhada entre os Estados Unidos e o Brasil. Agora, a gente pode comprovar que isso de fato aconteceu porque temos uma espécie de réptil em comum entre os Estados Unidos e o Brasil da era Paleozoica", explicou Cisneiros.
Os fósseis encontrados passaram por tratamento de conservação e limpeza nos Estados Unidos e outros foram tomografados na Europa. "A parceria com outras instituições e outros países foi importante, e acho que foi o fator chave para ter bons resultados, porque cada um tem conhecimentos diferente e complementa a equipe de pesquisa, isso também nos permitiu ter acesso a técnicas, a metodologia e a recursos de outras instituições."
A descoberta faz parte do projeto "Prospecção paleontológica na Bacia do Parnaíba: Revelando um novo ecossistema permiano nos trópicos do Gonduana", que estuda as formações Pedra de Fogo e Motuca, conhecidas pelo abundante registro paleobotânico, nos Estados do Piauí, Maranhão e Tocantins.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Britânicos começam maior estudo da história sobre efeitos da aspirina no câncer.



 Cerca de 11 mil pessoas que tiveram câncer de intestino, mama, próstata, estômago e esôfago participarão do estudo.

O estudo é financiado pelo NIHR, o setor de pesquisas do serviço público de saúde britânico, e a instituição de caridade Cancer Research UK, voltada para apoio a pacientes e pesquisas sobre o câncer.

Na pesquisa, os participantes deverão tomar um comprimido por dia durante cinco anos.

Depois, os pesquisadores vão comparar grupos de pacientes tomando doses diferentes de aspirina com as pessoas que consumirão apenas um placebo, e checar se ocorre reincidência da doença.

Ao longo de 12 anos, o estudo será realizado em cem centros de saúde espalhados pela Grã-Bretanha e deve envolver pacientes que estão ou estiveram em tratamento para câncer em estágio inicial.

"Esta pesquisa é particularmente animadora porque cânceres reincidentes são, com frequência, difíceis de tratar. Então encontrar uma forma barata e eficaz para evitar isso pode ser decisivo para os pacientes", disse Fiona Reddington, médica da Cancer Research UK.

Cientistas alertam que a aspirina não é adequada para todos os pacientes e não deve ser usada sem receita médica.

Tomar o medicamento todos os dias pode provocar efeitos colaterais, como úlceras e sangramento no estômago e até no cérebro.

No entanto, algumas pessoas com problemas cardíacos já tomam doses baixas e diárias de aspirina como parte de seu tratamento.

Prova clara

Tem ocorrido, nos últimos anos, um grande debate a respeito das possíveis propriedades da aspirina no combate ao câncer.
"Há algumas pesquisas interessantes que sugerem que a aspirina pode retardar ou evitar o retorno do câncer em estágio inicial, mas ainda não houve um teste aleatório para fornecer a prova clara. Este teste visa responder esta questão de uma vez por todas", disse Ruth Langley, líder da pesquisa.

"Se descobrirmos que a aspirina impede o retorno desses cânceres, é algo que poderá mudar o tratamento no futuro - fornecendo uma opção barata e simples para ajudar a impedir a reincidência do câncer e ajudando mais pessoas a sobreviver."

Alex King, uma britânica de 51 anos, foi diagnosticada com câncer de mama em dezembro de 2009 e recebeu os resultados dos exames confirmando que ela está, agora, livre da doença.

"Ter câncer foi uma das experiências mais difíceis de minha vida. Qualquer oportunidade de reduzir a chance de o câncer voltar é incrivelmente importante para que os pacientes fiquem mais tranquilos", disse.

domingo, 11 de outubro de 2015

Cientistas investigam criatura que pode desvendar chave para a imortalidade.


Anêmonas-do-mar são facilmente avistadas no litoral de muitas cidades (Foto: BBC) 
Anêmonas-do-mar são facilmente avistadas no litoral de muitas cidades (Foto: BBC)
Anêmonas-do-mar são facilmente avistadas no litoral de muitas cidades, mas apesar de sua aparência colorida e brilhante, elas têm um ancestral comum com os humanos. Mas não é por essa característica que esses animais marinhos vêm atraindo a atenção da comunidade científica. Pesquisadores estão estudando se as anêmonas-do-mar podem guardar o segredo da vida eterna. A especialista britânica em meio ambiente Mary Colwell comenta por quê.
A bruxa do conto de fadas Branca de Neve tornou-se famosa pela pergunta retórica: "Espelho meu espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?" Mas seu sonho da juventude eterna é ilusório - na medida em que os anos passam, o corpo humano perde o viço dado que as células sofrem mutação e morrem. Perdemos audição, mobilidade, agilidade mental, massa muscular e cerebral.
A Rainha Má segue o caminho de todos os seres vivos, exceto por uma criatura um tanto quanto negligenciada do mar - a anêmona-do-mar.
Outrora consideradas plantas, as anêmonas-do-mar são animais de corpo flexível que se agarram às rochas e recifes de coral em águas rasas. Seus tentáculos injetam veneno em pequenos peixes e camarões que se arriscam em atravessá-los e levam as presas paralisadas à sua boca ─ um orifício que também funciona como ânus.
Há mais de mil espécies de anêmonas-do-mar, cujo tamanho varia de alguns centímetros a mais de alguns metros. Elas vivem no oceano, das águas mais quentes às mais frias.
A espécie mais familiar na Grã-Bretanha é a Actinia equina, também conhecida como morango-do-mar. Na maré baixa, seus tentáculos permanecem recolhidos e o animal parece uma mancha vermelha na rocha. Mas na medida em que a maré sobe, as anêmonas-do-mar se transformam e se assemelham a flores, seus tentáculos dançam com a correnteza como pétalas ao vento, buscando comida.
Como diz o biólogo Philip Henry Gosse em seu livro A Year at the Shore ("Um ano no litoral", em tradução livre): "A elegância maravilhosa da forma, o brilho requintado das cores, a grande variedade, os instintos, os poderes, o organismo extremamente elaborado, tudo isso foi outorgado a essas criaturas". Sua prosa efusiva inspirou quem estava começando a explorar o seu litoral. Seus leitores costumavam coletar anêmonas-do-mar e guardá-las em aquários em casa.
Imortalidade?
Normalmente, as anêmonas-do-mar não vivem por muito tempo, mas em condições ideais a realidade é diferente.

"Pelo que sabemos até agora, esses animais são imortais", diz Dan Rokhsar, professor de genética da Universidade da Califórnia, em Berkeley. "Elas vivem por muito tempo ─ uma delas teria vivido 100 anos segundo um registro documentado. As anêmonas-do-mar não envelhecem. Esses animais vivem para sempre e se proliferam, tornando-se cada vez maiores".
Se os tentáculos são cortados, por exemplo, nascem novos. Mesmo se as bocas são cortadas, novas "cabeças" surgem. Se elas não forem envenadas ou comidas por outras criaturas, elas parecem poder viver para sempre.
Elas parecem evitar o processo de envelhecimento e os efeitos adversos que nós, seres humanos, sofremos ao longo do tempo. "Você deveria ver tumores nesses animais, mas há poucas descrições disso na literatura científica. Eles estão constantemente se recompondo sem apresentar nenhum sinal de câncer", diz Rokhsar.
Ao invés de envelhecer, as anêmonas-do-mar parecem permanecer jovens e em pleno funcionamento. "Se você olhar para uma anêmona-do-mar hoje e uma semana depois a estrutura será igual, mas muitas das células terão sido substituídas por outras novas".
Os cientistas não sabem ainda como isso é possível. "Adoraríamos poder descobrir um gene ou uma pista que nos permita evitar o envelhecimento", diz Rokhsar. Mas ele e sua equipe ainda estão buscando pelo Santo Graal.
Semelhanças
Mas se eles acharem o que estão buscando, isso terá algum impacto no processo de envelhecimento humano?

Na verdade, as anêmonas-do-mar são mais parecidas com os humanos do que muitas pessoas pensam.
"As anêmonas-do-mar são os animais mais simples de que temos conhecimento com um sistema nervoso ─ a estrutura não é organizada como a nossa, mas elas têm uma rede de neurônios que lhes permite responder aos estímulos e ser predadoras muito ativas", diz Rokhsar.
Seus tentáculos podem imobilizar a presa, suas bocas podem abrir e fechar voluntariamente, e elas têm um aparelho intestinal que digere a comida ─ uma característica que as une aos seres humanos em um ancestral comum.
"As anêmonas-do-mar têm muito em comum conosco. Descobrimos muitas semelhanças que não tínhamos constatado quando comparamos os humanos com mosca-das-frutas ou nematódeos. Há paralelos na forma como os genomas estão organizados e como os genes estão estruturados, revelando uma conexão que data de 700 milhões de anos atrás."
Mas há questões filosóficas também. "Até que ponto a imortalidade para uma anêmona-do-mar e a imortalidade para um ser humano são iguais?", questiona Rokhsar.

sábado, 3 de outubro de 2015

Pular o café da manhã é prejudicial à saúde



Pular o café da manhã ou substituir a refeição por alimentos pouco nutritivos e ricos em gordura, como coxinha com refrigerante, traz riscos à saúde. O alerta é do programa Meu Prato Saudável, uma parceria do InCor (Instituto do Coração) com a LatinMed Editora em Saúde.
"Ficar em jejum pode levar a uma redução na taxa do metabolismo e, com isso, dificultar a realização do trabalho e outras atividades do dia a dia, devido à baixa oferta de energia", afirma a médica e diretora-executiva do Meu Prato Saudável, Elisabete Almeida.
A especialista diz não haver problemas sobre o consumo moderado de café puro, já que a cafeína tem efeito termogênico, principalmente se for ingerido antes do exercício físico. Também é responsável por aumentar o estado de alerta e diminuir a fadiga mental. O efeito irá ocorrer em média depois de 30 a 60 minutos após a ingestão.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pílula pode substituir injeção de insulina para diabéticos.

 Pílula: a droga impediria que a doença autoimune se desenvolvesse
 Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, criaram uma pílula que pode parar o desenvolvimento de diabetes do tipo 1 em ratos. Se funcionar em seres humanos, ela poderá substituir as injeções de insulina em pacientes com a doença.
Mas se o distúrbio não se desenvolver, então não há necessidade de injeções ao longo da vida. “Em vez de tomar insulina para o resto de sua vida, o paciente precisaria tomar apenas a pílula e não teria mais diabetes”, disse Paul Bollyky, professor de doenças infecciosas na Universidade de Stanford, ao site The Verge.
Para criar a pílula, os cientistas precisaram analisar o que acontece no pâncreas antes de ele parar de produzir a insulina.
Foi a partir da análise de tecidos pancreáticos que eles descobriram que o órgão tem um acúmulo significativo de ácido hialurônico nos primeiros estágios da doença.
Apesar de interessante, ratos e seres humanos não são os mesmos. Assim, o que funciona para um animal pode não funcionar para uma pessoa. No entanto, Bollyky afirma que os ensaios clínicos em seres humanos serão feitos em breve.
Antes de a droga ser aprovada, os cientistas querem reformular para que ela possa ser tomada apenas uma vez por semana. Afinal, se a pílula fosse vendida agora, o paciente teria que toma-la várias vezes ao dia pelo resto de suas vidas.
Atualmente, o diabetes afeta cerca de 13,4 milhões de pessoas no Brasil. O país é o quarto no mundo com o maior número de diabéticos -- atrás somente da China, Índia e Estados Unidos.

domingo, 23 de agosto de 2015

Cientistas descobrem aranha capaz de 'voar'.

Pesquisadores identificaram uma espécie de aranha capaz de "voar". Segundo estudo publicado no periódico científico The Royal Society Interface, as aranhas Selenop banksi podem planar e orientar sua trajetória.

Foi um achado inesperado, segundo os autores do estudo, porque não havia até então registros desse comportamento em aranhas.

"Não existem aranhas com asas. Aranhas não podem voar", escreve o cientista-chefe da pesquisa, Steve Yanoviak, da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos.

"Estas aranhas representam uma impressionante aventura evolucionária na conquista do ar pelos animais."

Habilidade

Os cientistas acreditam que a espécie Selenop banksi adquiriu essa habilidade por habitar os troncos de árvores de florestas tropicais da América do Sul, locais mais seguros do que o solo da floresta, onde animais buscam se alimentar.

Dessa forma, ao cair de uma árvore, essas aranhas conseguem planar e controlar sua trajetória para chegar a outro tronco em vez de cair no chão.

Yanoviak e sua equipe se dedicaram, na última década, à busca de insetos e artrópodes capazes de planar. Para isso, coletavam espécimes e os jogavam de uma grande altura.

Por meio deste método, Yanoviak já havia identificado espécies de formigas que planam e controlam sua trajetória rumo ao solo.

No entanto, nenhuma espécie de aranha havia demonstrado a mesma capacidade, até que os pesquisadores testaram as Selenop banksi.

Postura corporal

Essas aranhas têm um corpo achatado, com uma espessura equivalente à de uma moeda. Não é fácil encontrá-las, pois se camuflam quase perfeitamente nos troncos onde vivem.

Os 59 espécimes testados foram coletados nas florestas do Peru e do Panamá. Do total, 93% foram capazes de planar e controlar seu voo e 86% aparentemente estabeleceram uma trajetória direta até o local onde pousaram.

Para isso, logo após serem jogadas de uma altura entre 20 e 25 metros, estas aranhas assumiram uma postura corporal característica, virando seu corpo para cima com grande agilidade e planando na direção apontada por suas cabeças.

Para controlar sua trajetória, essas aranhas usaram suas pernas dianteiras. Caso quisessem ir para a direita, mudavam o ângulo de sua perna dianteira esquerda, por exemplo.

Aranhas controlam sua trajetória de voo com ajuda das pernas dianteiras

Novas perguntas

Segundo Yanoviak, a descoberta desperta outras perguntas sobre as aranhas.

"Por exemplo, quão precisa é a visão delas? Como elas miram em uma árvore? Qual é o papel de seus pelos e coluna na performance aerodinâmica?".

No entanto, antes mesmo que essas questões sejam respondidas, o cientista acredita que a habilidade dessas aranhas será de incrível valia para a ciência.

"A forma como elas mudam a posição do seu corpo em pleno ar e controlam sua trajetória apontam para novos mecanismos de movimentos corporais que podem ser relevantes para a robótica."

sábado, 15 de agosto de 2015

Para perder peso, é melhor cortar gordura do que carboidrato, diz pesquisa.

 

Estudo foi conduzido com obesos nos Estados Unidos; conclusão contradiz teoria popular entre adeptos de dietas
Para perder peso, é melhor cortar gorduras do que carboidratos de sua dieta. Pelo menos é o que afirma uma pesquisa recém-publicada.

O estudo acompanhou um grupo de pessoas com dietas controladas ao monitorar refeições, atividade física e respiração de cada uma delas.

Ambas as dietas, analisadas pelo National Institutes of Health, no Estado americano de Maryland, nos Estados Unidos, levaram à perda de peso quando as calorias foram reduzidas, mas as pessoas emagreceram mais quando diminuíram a ingestão de gordura.

Os especialistas constataram, assim, que uma dieta pobre em gordura é a melhor alternativa para quem quer se livrar dos 'quilinhos extras'.

A conclusão contradiz o argumento de que a restrição de carboidratos seria a melhor maneira de emagrecer, já que alteraria o metabolismo do corpo.

'Processo químico'
"Quando você corta a ingestão de carboidrato, você realmente perde gordura, mas não tanto quando você para de comer gordura", diz o responsável pela pesquisa, Kevin Hall, do National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases, nos Estados Unidos.

No estudo, 19 pessoas obesas seguiram uma dieta de 2,7 mil calorias por dia.

Em seguida, durante um período de duas semanas eles tentaram dietas que cortaram a ingestão calórica em um terço, ora reduzindo carboidratos ora gordura.

A equipe analisou a quantidade de oxigênio e dióxido de carbono sendo expelido pelos participantes bem como a quantidade de nitrogênio na urina deles. O objetivo era calcular precisamente os processos químicos dentro do corpo.

Os resultados publicados na revista científica Cell Metabolism mostraram que seis dias depois do início da dieta, aqueles que reduziram a ingestão de gordura perderam em média 463 gramas de gordura ? 80% a mais do que aqueles que só cortaram carboidratos, cuja perda média foi de 245 gramas.

Hall disse que não havia motivo "metabólico" para optar por uma dieta com baixo nível de carboidratos.

'Dietas à risca'
Estudo acompanhou 19 pessoas obesas

No entanto, estudos sugerem que no mundo real, onde as dietas são menos rigidamente controladas, as pessoas podem vir a perder mais peso ao reduzir carboidratos.

"Se for mais fácil seguir uma dieta do que a outra, e idealmente de forma permanente, então é melhor que você escolha a dieta com a qual melhor se adapte", afirmou Hall.

"Mas se a dieta com baixa ingestão de gordura for melhor para você, isso não será uma desvantagem metabólica", acrescentou.

Susan Roberts e Sai Das, médicas da Universidade de Tufts, em Boston, no Estado americano de Massachusets, afirmaram que o debate sobre as dietas era fonte de "intensa controvérsia".

Elas afirmaram que o estudo "desmascarou" a teoria de que dietas com baixo nível de carboidrato são melhores, mas o impacto disso a longo prazo ainda "não era sabido".

"A mensagem mais importante agora é provavelmente de que alguns carboidratos são bons, especialmente os de baixo índice glicêmico e integrais".

Segundo Susan Jebb, professora de Saúde Nutricional da Universidade de Oxford, "os pesquisadores concluíram acertadamente que a melhor dieta para a perda de peso é a dieta com a qual o paciente melhor se adapta".

"Todas as dietas funcionam se você consegue se ater a uma dieta que corte calorias, independentemente de gordura ou carboidrato", afirmou ela.

"Seguir à risca uma dieta não é tarefa fácil, especialmente dado o tempo que demora para perder peso", acrescentou

 Editor de Saúde da BBC News

domingo, 2 de agosto de 2015

Azeite, milho ou canola? Pesquisa identifica óleos mais saudáveis para cozinhar.

1.ago.2015 - Qual é o melhor óleo para cozinhar? Pesquisadores de uma universidade britânica analisaram cinco tipos para determinar qual seria o mais saudável
Quando o assunto é gorduras e óleos, temos dezenas de opções disponíveis e é complicado saber qual delas será a "mais saudável". As prateleiras dos supermercados têm de tudo. E, nos dias de hoje, apesar de termos mais informações, elas muitas vezes se confundem, porque há muito debate sobre os benefícios e os danos que podem vir do consumo de diferentes tipos de gordura.

Na série da BBC Trust Me, I'm a Doctor perguntamos: "Quais tipos de gordura e óleo são os melhores para cozinhar?"

Você pode pensar que é óbvio que frituras feitas com óleo vegetal são mais saudáveis do que se fosse feitas com óleo animal, como banha ou manteiga.

Mas será?

Para descobrir isso, demos a alguns moradores de Leicester, na Inglaterra, uma variedade de gorduras e óleos e pedimos aos voluntários para usarem todos eles. Também pedimos aos voluntários que guardassem o que sobrasse do óleo para podermos analisar.

As gorduras e óleos usados foram: óleo de girassol, óleo vegetal, óleo de milho, óleo de canola, azeite, manteiga e banha animal.

Depois de usadas para cozinhar, foram coletadas amostras dos óleos e das gorduras e enviadas para a Leicester School of Pharmacy na Universidade de Leicester, onde o professor Martin Grootveld e sua equipe fizeram um experimento paralelo onde eles aqueceram de novo os mesmos óleos a temperaturas altas para fazer frituras.

Quando você está fritando ou cozinhando em uma alta temperatura (próximo de 180°C), as estruturas moleculares de gorduras e óleos mudam. Acontece o que chamamos de oxidação - elas reagem com o oxigênio do ar formando aldeídos e peróxidos de lipídio. Na temperatura ambiente, algo semelhante acontece, mas de maneira muito mais lenta. Quando lipídios se decompõem, eles se tornam oxidados.

O consumo de aldeídos, mesmo que em pequenas quantidades, tem sido relacionado a um risco de doenças do coração e câncer. Então o que Grootveld e sua equipe descobriram?

"Descobrimos que os óleos que eram ricos em poliinssaturados - o de milho e o de girassol - geravam altos níveis de aldeídos."

O resultado foi surpreendente, já que muita gente pensava que o óleo de girassol era o mais "saudável".

Manteiga e banha animal são melhores que óleos de girassol ou de milho para frituras

"Óleo de girassol e de milho são bons", diz o professor Grootveld, "desde que você não submeta eles ao calor, como ao fritar alimentos ou ao cozinhar algo. É um fator químico simples faz com que algo que é visto como saudável para nós se converta em algo que faz mal quando é submetido a temperaturas mais altas."

O azeite e o óleo de canola produziram muito menos aldeídos, assim como a manteiga e a banha animal. O motivo é que esses óleos são ricos em ácidos graxos monoinsaturados e saturados, que são muito mais estáveis quando submetidos ao calor. Na verdade, gorduras saturadas raramente passam pelo processo de oxidação.