quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pesquisa mostra que cérebro é capaz de aprender durante sono


Informações processadas no sono ficam gravadas no cérebro, diz pesquisa
O cérebro humano tem a capacidade de captar informações novas durante o sono, concluiu uma pesquisa publicada na segunda-feira por pesquisadores do instituto israelense Weizmann.

A pesquisa, realizada ao longo de três anos pela neurobióloga Anat Arzi, examinou a correlação entre olfato e audição e a memória armazenada no cérebro.


"Esta é a primeira vez que uma pesquisa científica consegue demonstrar que o cérebro é capaz de aprender durante o sono", disse Arzi à BBC Brasil.


Segundo a cientista, estudos prévios já demonstraram a capacidade de bebês aprenderem enquanto dormem, mas a pesquisa recém-divulgada descobriu que o mesmo vale para adultos.
'Aprendizagem associativa'

O experimento, realizado por Arzi em colaboração com o professor Noam Sobel, diretor do Laboratório do Olfato do instituto, examinou as reações de 55 pessoas que foram expostas a sequências de sons e cheiros enquanto dormiam.


As sequências, que incluiam um intervalo de 2,5 segundos entre o som e o cheiro, expunham os participantes a odores agradáveis (de perfume ou xampu) ou desagradáveis (de peixes podres ou outros animais em decomposição), de forma sistemática e sempre antecedidos por sons que se repetiam.


"A vantagem de se utilizar o olfato é que os cheiros geralmente não interrompem o sono, a não ser que sejam muito irritantes para as vias respiratórias", explicou a cientista.


Durante o experimento os cientistas observaram sinais de que os participantes adormecidos passaram por uma "aprendizagem associativa".


"Com o tempo, criou-se um condicionamento. Bastava que (os participantes) ouvissem determinado som para que a respiração deles se alterasse e se tornasse mais longa e profunda - em casos de associação com odores agradáveis -, ou mais curta e superficial - em casos de sons ligados a cheiros desagradáveis", afirmou Arzi.


A cientista também relatou que as mesmas reações ocorriam na manhã seguinte, quando os participantes acordavam. Se fossem expostos a um som associado com um odor agradável, respiravam longa e profundamente.


Informações gravadas


"O fato de que as informações ficaram gravadas no cérebro e causaram reações fisiológicas idênticas, mesmo quando os participantes estavam despertos, demonstra que eles passaram por uma aprendizagem associativa enquanto dormiam", disse.


Pessoas com lesões no hipocampo - região do cérebro relacionada à criação da memória - não registraram as informações, disse a neurobióloga.


Para Arzi, a descoberta pode ser "um primeiro passo no estudo da capacidade do cérebro humano de obter uma aprendizagem mais complexa durante o sono".


No entanto, segundo a cientista, são necessárias mais pesquisas para examinar as diferenças entre o funcionamento dos mecanismos cerebrais de pessoas adormecidas e despertas.

sábado, 25 de agosto de 2012

VEJA REPORTAGEM-Americano de 15 anos cria exame de câncer barato e rápido.


O estudante americano de 15 anos Jack Andraka gosta de andar de caiaque e é fã da série de TV Glee.

Mas além de estudar e de se dedicar aos passatempos tradicionais de um adolescente, ele desenvolveu um exame barato e rápido para detectar câncer em seus estágios iniciais em um dos mais conceituados laboratórios de câncer no mundo.

O teste criado por Jack é 168 vezes mais rápido e 26 mil vezes menos caro que o teste padrão.

Ele agora realiza seus experimentos na renomada Johns Hopkins University, na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos.
BBC
Teste criado por Jack Andraka é 168 vezes mais veloz que o padrão




segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Professor é 1º pai biológico a ter licença-paternidade de 4 meses.

"Eu vou persistir". Essa é a frase que acompanha o professor de enfermagem Marcos Antonio Mendonça Melo, 36, há seis meses, desde que ele descobriu que sua ex-namorada não queria ter o filho dos dois.
Ele buscou na Justiça o direito de receber licença-paternidade para cuidar sozinho da criança. A decisão do juiz Rafael Margalho prevê, de forma inédita, que o pai se afaste por quatro meses e receba o salário, garantido pelo INSS.
*
Conheci a mãe do meu filho por meio de um amigo. Não chegamos a ter um relacionamento sério, saímos algumas vezes durante um ano. Em fevereiro, grávida de quatro meses, ela me disse que não nasceu para ser mãe. A partir daí, não tive dúvida de qual seria o meu papel.
Como ela também morava sozinha em Campinas e não queria contar para ninguém que estava grávida, combinamos com meus pais e ela ficou com eles em Presidente Venceslau (SP). Eu não falei que já tínhamos decidido que eu iria cuidar sozinho do meu filho porque não queria que rejeitassem ela em casa.
Passei quatro dias com eles e depois voltei para Campinas, porque precisava trabalhar. Só retornei quando o Nicholas ia nascer. Eu já tinha montado todo o enxoval e arrumado a bolsa para levar à maternidade.

Alisson Louback/Folhapress
O professor Marcos Antonio Mendonça Melo com o filho, Nicholas, em casa
O professor Marcos Antonio Mendonça Melo com o filho, Nicholas, em casa
Quando o bebê nasceu, fiquei muito emocionado. Ter um filho era um sonho que eu tinha desde os 23 anos, e que eu achava que não se realizaria mais. Vi ele e pensei: "Agora é de verdade". Pedi uma toalha para dar o primeiro banho nele e me perguntaram: "Mas você consegue?".
A mãe dele não queria amamentar e eu pedi para que esquentassem o leite que comprei, mas recusaram. No segundo dia, deixaram dar a mamadeira porque insisti muito. Fiz isso escondido outras vezes, para ninguém reclamar.
Passamos uma semana na casa dos meus pais. Eu sempre tive o sono pesado e fiquei com medo de que o Nicholas chorasse à noite e eu não acordasse. Pedi para minha mãe me acordar caso eu não levantasse. Mas bastou o primeiro movimento dele e eu despertei. Nesse momento, pensei: estou apto.
Antes de ir embora, expliquei a situação à minha mãe. A princípio, ela estranhou. Sei que ela esperava uma família mais tradicional, mas pedi que respeitasse nossa decisão.
Quando voltamos para Campinas, assinamos a guarda amigável e eu abri mão da pensão. O conciliador achou a situação inédita. Após sair do fórum, deixei a mãe do meu filho em casa. Ela disse "espero que vocês sejam muito felizes" e desde então somos só eu e o Nicholas.
DIAS DIFÍCEIS
Os primeiros dias foram difíceis. Eu acordava três ou quatro vezes à noite para dar mamadeira e de manhã tinha que ir trabalhar com ele. Os berçários não o aceitavam por ele ainda não ter tomado todas as vacinas.
Sempre acompanhado dele, pedi a licença [maternidade] no INSS e não permitiram por não ser algo previsto em lei. Passei também pela Defensoria do Estado de São Paulo e indeferiram meu pedido.
Em seguida, fui até a Defensoria Pública da União e explicaram que minha situação era atípica. Mesmo assim, queria tentar.
Entre as primeiras conversas com a defensora pública e a decisão da Justiça se passaram apenas dez dias. Achei que o Nicholas ia fazer 15 anos e eu ainda não teria uma resposta. Fiquei impressionado quando soube que o juiz tinha aprovado.
Me sinto realizado por saber que consegui algo tão importante. Meu filho é minha motivação e espero que nosso caso também seja motivador para outros pais.

Cientistas derrubam mito do 'mau-humor de segunda-feira'


Diversão do fim de semana contrasta com a rotina primeiro dia útil e gera título "injusto" para as segundas-feiras Apesar do conhecido ódio às segundas-feiras, uma nova pesquisa diz que terças, quartas e quintas podem ser igualmente entediantes para o público. Pesquisadores americanos que fizeram uma enquete com 340 mil pessoas descobriram que o humor delas não é pior na segunda-feira do que em qualquer outro dia da semana, exceto nas sextas-feiras.

A pesquisa revelou entrevistados mais felizes no dia que antecede o fim de semana, o que fortalece a ideia de que a sexta-feira traz "um sentimento especial". Os autores da pesquisa disseram à publicação
Journal of Positive Psychology que a ideia de horríveis segundas-feiras deve ser descartada.

"Os mitos culturais podem estar enfatizando demais os padrões de humor de um único dia da semana", afirmou o líder do estudo, Arthur Stone, o professor da Universidade Stony Brook, em Nova York, nos Estados Unidos. A equipe de Stone também diz ter descreditado as afirmações de que a segunda-feira da última semana de janeiro, conhecida como "segunda-feira triste" no Hemisfério Norte, é o dia mais deprimente do ano inteiro.


As pessoas dizem se divertirem mais e terem menos preocupações nas sextas-feiras, nos sábados e nos domingos, em comparação com os outros dias da semana. E é este contraste entre o humor do domingo e o de segunda-feira que faz com que o primeiro dia útil da semana ganhe o título injusto, explica Stone. Os pesquisadores analisaram dados de uma enquete do instituto Gallup feita por entrevistas telefônicas.

fonte-uol 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Misturar álcool com energéticos pode afetar saúde, diz pesquisa

Misturar álcool com energéticos pode afetar saúde, diz pesquisa

Misturar álcool com bebidas do tipo energéticos causam podem causar palpitações cardíacas e distúrbios do sono  Foto: Getty Images Misturar álcool com bebidas do tipo energéticos causam podem causar palpitações cardíacas e distúrbios do sono
O que muitos devem ter sentido na prática agora foi confirmado por uma pesquisa realizada pela Universidade da Tasmania: que misturar álcool com bebidas do tipo energéticos causam podem causar palpitações cardíacas e distúrbios do sono. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Segundo o estudo, realizado com 400 homens e mulheres, entre 18 e 35 anos, e publicado pelo jornal Alcoholism: Clinical & Experimental Research, os que consomem a mistura têm seis vezes mais chances de sentir o coração acelerado do que os que tomam bebida alcoólica.
Esses consumidores também apresentam quatro vezes mais problemas para dormir, bem como tremores, irritabilidade e momentos de exaustão, após o pico de energia sentido pelo corpo.
A substância que provoca os sintomas é a cafeína, já que as bebidas do tipo energético contêm cerca de 80mg da mesma, quantidade encontrada em duas latas de refrigerante tipo Cola e uma xícara de café instantâneo.
 

O estudo também investigou outros efeitos dos energéticos, como o fato de cortarem alguns efeitos do álcool no organismo, como os sedativos, deixando os consumidores mais alertas, e evitando a fala arrastada, por exemplo.
A pesquisa mostrou ainda que as pessoas que consomem as duas bebidas juntas tendem a abusar menos do álcool.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

INACREDITAVEL - Eletricista mineiro sobrevive a 70 paradas cardíacas em 12 horas.

Por 70 vezes, o coração parou. Por 70 vezes, ele foi reanimado e voltou à vida. Tudo isso num período de 12 horas.
Inédito na cardiologia brasileira, o caso do eletricista mineiro Francisco Xagas Silva, 66, intriga médicos e deve ser publicado em breve no periódico "Ressuscitation", referência mundial na área.(fonte folha de s.paulo)



O eletricista Francisco das Xagas Silva, 66, se exercita em Belo Horizonte
O eletricista Francisco das Xagas Silva, 66, se exercita em Belo Horizonte
Tudo começou com um infarto, no dia 31 de dezembro de 2008. À época, ele fumava dois maços de cigarro por dia. Ao ver o marido com dor no peito, pálido e com diarreia, a mulher, Fidélia, 55, chamou o Samu. Foi a sorte. Na ambulância, ele desmaiou.
No pronto-socorro, teve a primeira parada cardíaca. "Eu não me lembro de nada. Apaguei", conta Silva.
Já Fidélia se lembra de tudo. "O médico dizia: 'Ele tá muito mal, sofreu parada cardíaca. Prepare-se para o pior. Eu ajoelhei no chão e pedi: 'Doutor, salve meu marido. Não desiste dele, não'."
E o médico, do SUS, não desistiu. A cada parada cardíaca, o reanimava com massagens, choque no peito e altas doses de antiarrítmicos. Foi assim por quase 12 horas.
Com o coração estabilizado, ele foi transferido para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, onde recebeu uma ponte de safena e três stents ("mola" para abrir artérias).
Na UTI, sofreu embolia pulmonar, insuficiência respiratória e infecção generalizada. Ficou 15 dias em coma.
"Os médicos diziam: 'Ele tá bem ruim. Se sobreviver, deve ficar com sequelas'. Eu só rezava", lembra Fidélia.
"Quando o telefone de casa tocava, dava um frio na espinha, a gente travava diante do aparelho. Não conseguia atender", conta a filha Ninótica, 32, enfermeira.
Mais uma vez, Silva surpreendeu. Voltou do coma intacto. "Sabia até as senhas do banco", diz a mulher.
Do período em que ficou entre a vida e a morte, ele se lembra apenas da sensação de estar em um navio afundando. "Eu pelejava para sair e não conseguia."
A história das "70 vidas" de Francisco Silva só foi resgatada recentemente, quando a enfermeira Daniela Morais pesquisava casos de paradas cardiorrespiratórias atendidos pelo Samu-BH entre 2008 e 2010 para a sua tese de doutorado na UFMG. Foram 1.165 pacientes -239 encaminhados a hospitais.
"A maioria faleceu nas primeiras 24 horas. A história do Francisco é a mais incrível."
O cardiologista Sergio Timerman, médico do Incor (Instituto do Coração) e um dos examinadores da banca de doutorado de Daniela, endossa: "Nunca vi nada igual." Segundo ele, é comum o paciente sofrer, no máximo, quatro paradas cardíacas após um infarto. "Setenta é, sem dúvida, um caso único."
SORTE
Para a família Silva, a explicação para o fato tem uma só palavra: milagre. Já Timerman levanta três hipóteses.
A primeira é a boa condição clínica (apesar da diabetes e do tabagismo) do paciente. A segunda é ele ter recebido uma ressuscitação de alta qualidade.
"A terceira é a sorte. Sem dúvida, esse é um homem de sorte", diz o médico.
Silva segue desafiando a sorte. Após o infarto, ele parou com os cigarros, começou a praticar exercícios, mas abusa dos doces, mesmo com a diabetes descompensada.
"Ele come doces escondido. Dá um trabalhão", entrega a mulher. "São só umas balinhas", desconversa ele.
O histórico de sobrevivência desse "highlander" (guerreiro imortal escocês do século 16 do filme de 1986) mineiro é antigo.
Aos 17 anos, ele teve uma úlcera supurada. Aos 26, contraiu tuberculose. Em 1999, sofreu uma trombose na perna. Fez uma cirurgia para revascularizar a área, mas teve que amputar o dedão do pé.
No local da amputação, surgiu uma ferida que não cicatrizava. Os médicos, de novo, recomendaram a amputação. Silva disse não. "Nasci com a minha perna e vou morrer com ela."
A mulher e a filha assumiram o risco e o levaram para casa. "Ficamos sete meses fazendo curativo, até cicatrizar a ferida", lembra Ninótica.
Em 2004, Silva fez uma cirurgia para retirar três tumores (benignos) na próstata e contraiu uma infecção generalizada. Também se safou.
"Rezo muito pouco, mas sou devoto de Nossa Senhora de Fátima. Acho que tem um dedinho dela nisso tudo."