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Baixa incidência de ondas de calor em japonesas despertou interesse sobre consumo de soja
Duas porções diárias de soja podem reduzir a frequência e intensidade
de ondas de calor vivenciadas por mulheres durante a menopausa, concluiu
o mais abrangente estudo já feito sobre o assunto.
Os resultados da pesquisa apontam para uma redução de até 26% no sintoma.
Pesquisadores da Universidade de Delaware, em Newark, Nova Jersey,
Estados Unidos, analisaram 19 investigações prévias sobre o tema
envolvendo um total de 1.200 mulheres.
Os resultados do trabalho foram publicados na revista científica Menopause: The Journal of the North American Menopause Association.
Até o presente, pesquisas sobre o assunto tinham apresentado resultados
contraditórios - algumas confirmando, outras negando os benefícios da
soja para mulheres na menopausa.
Mas segundo a equipe americana, a discrepância se deve ao número
pequeno de participantes em alguns dos estudos e também a problemas de
metodologia.
"Quando combinamos todos (os estudos), concluímos que o efeito geral
(da soja) ainda é positivo", disse Melissa Melby, professora de
antropologia médica na University of Delaware, autora do estudo.
Resultados
Ao examinar o impacto de isoflavonas da soja (substâncias químicas que
produzem um efeito semelhante ao do hormônio feminino estrogênio), Melby
e seus colegas concluíram que ingerir ao menos 54 miligramas de
isoflavonas da soja diariamente, por um período entre seis semanas e um
ano, diminui a frequência das ondas de calor em 20,6% e a intensidade do
sintoma em até 26% em comparação com o uso de um placebo.
Em estudos de duração mais longa, onde mulheres consumiram isoflavonas
por 12 semanas ou mais, a diminuição na frequência das ondas de calor
foi cerca de três vezes maior.
Suplementos com índices maiores de genistein (um dos dois principais
tipos de isoflavonas) se revelaram mais efetivos na redução da
frequência das ondas de calor.
Melby explicou que estes resultados são particularmente importantes
porque o genistein é a principal isoflavona encontrada nos grãos da soja
e em alimentos que contém soja.
Segundo ela, isso é um indicador de que "comer alimentos contendo soja,
ou usar suplementos derivados de grãos inteiros de soja, pode funcionar
melhor para mulheres".
O interesse em compreender as possíveis conexões entre consumo de soja e
sintomas de menopausa surgiu a partir de observações feitas no Japão.
Pesquisas realizadas no país concluíram que a baixa frequência de ondas
de calor em mulheres japonesas pode ser atribuída ao alto consumo de
soja entre os japoneses. No Japão, a ingestão do alimento tem início já
no útero e continua por toda a vida.
"A soja é provavelmente mais efetiva nessas mulheres", disse Melby.
"Mas se você tem 50 e nunca comeu soja, não é tarde demais. Nós
descobrimos que ainda ajuda."
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