Uso excessivo de antibióticos
Os trilhões de bactérias que colonizam nossos intestinos estão em perigo.
O uso excessivo de antibióticos está não apenas levando ao desenvolvimento de superbactérias perigosas, como também está mudando as bactérias que vivem dentro de nós.
Agora surgiram indícios firmes de que a nova flora intestinal,
produzida pela ingestão seguida de antibióticos, pode ser responsáveis
por nossas cinturas em expansão.
Flora intestinal
Para investigar se o uso excessivo de antibióticos poderia ter alguma relação com a obesidade,
Martin Blaser e seus colegas da Universidade de Nova Iorque deram
seguidas doses de penicilina para animais de laboratório desde a sua
infância.
Depois de 30 semanas, já adultos, os animais que receberam a
penicilina estavam de 10% a 15% maiores e tinham o dobro da gordura dos
animais com dieta normal.
Ao analisar sua flora intestinal, os pesquisadores verificaram que os
animais que receberam o antibiótico apresentavam menores níveis de Lactobacillus, uma bactéria benéfica, associada a um menor risco de recorrência do câncer.
Isto levou a um novo equilíbrio na flora intestinal dos animais.
Bactérias intestinais e obesidade
Para confirmar que os camundongos cresceram e ficaram obesos devido
ao seu microbioma intestinal alterado, a equipe voltou-se para
camundongos livres de germes, os quais são criados em um ambiente
estéril e não têm nenhuma bactéria intestinal.
Eles então lhes lhes deram, via alimentação, as bactérias do
microbioma intestinal daqueles outros camundongos que haviam recebido o
antibiótico.
Cinco semanas depois, os animais estavam 35% mais pesados do que os animais de controle.
Antibióticos para crianças
Segundo os pesquisadores, os maiores riscos parecem estar associados às crianças que recebem antibióticos muito cedo na vida.
Embora ninguém saiba ainda por que certos grupos de bactérias podem
afetar o peso corporal, o Dr. Blaser diz que podemos esperar que
crianças expostas a antibióticos ganhem peso de forma muito parecida com
os animais de laboratório.
As proporções deverão ser menores, já que as crianças não costumam
tomar doses tão rotineiras de antibiótico quanto os animais receberam,
mas o impacto deverá existir.
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