VEJA AGORA REPORTAGEM COMPLETA - Aproveite os efeitos e conheça os benefícios da meditação
Prática regula a pressão arterial e ajuda até a amenizar dores crônica.
Que tal reservar vinte minutos do seu dia para transformar todas as
outras horas em momentos mais leves e relaxantes? De acordo com as
pesquisas mais recentes, este é o tempo que você precisa dedicar,
diariamente, à meditação para equilibrar o organismo e evitar os riscos
do estresse.
"Técnicas de meditação são usadas como tratamento complementar
para uma série de problemas de saúde, principalmente aqueles com relação
emocional", afirma o médico acupunturista Mário Sérgio Vieira,
Coordenador do Comitê de Terapias Complementares do Hospital Israelita
Albert Einstein. Estresse, dor crônica, cefaleia, ansiedade, depressão,
hipertensão, cardiopatias, câncer e problemas gastrointestinais
estão entre os males aliviados com alguns minutos de descanso para a
mente.
Entenda os efeitos
As primeiras pesquisas que analisam os efeitos da meditação são da
década de 1970, do professor Herbert Benson, de Harvard. "Ele constatou
que o nosso organismo tem a capacidade de atingir um estado fisiológico
de relaxamento (físico, mental, emocional e metabólico), oposto ao
estado de estresse", afirma Mário Vieira.
Roberto Cardoso, médico e pesquisador da área de meditação na
Unifesp, conta que esse estado de relaxamento representa uma grande
redução do consumo de oxigênio pelas nossas células. "É como se o nosso
cérebro entrasse num estado com redução máxima do consumo de energia,
mantendo apenas as mínimas funções para continuar ligado".
Qual seria a vantagem desse estado de repouso? Segundo o estudo
de Harvard, a alteração provoca diminuição da frequência cardíaca, da
tensão, dos níveis de pressão arterial, da ansiedade e do metabolismo
como um todo.
Melhora de dores crônicas
Pesquisadores da
Universidade da Carolina do Norte (EUA) analisaram 500 estudantes que
nunca haviam meditado. Os participantes fizeram um treinamento de 20
minutos da prática, durante três dias consecutivos e, depois, foram
submetidos a testes com choques elétricos.
Os resultados, publicados no The Journal of Pain,
apontaram que a meditação ajudou a aliviar a dor, mesmo que os
estudantes fossem iniciantes. Segundo o autor do estudo, Fadel Zeidan, a
meditação pode ser capaz de reduzir as respostas emocionais do corpo,
principalmente as que estão relacionadas à dor. Quando alguém está
esperando um estímulo doloroso, a dor fica mais acentuada. Mas se você
se concentrar na respiração de uma forma relaxada, terá menos
expectativa de dor.
Mais atenção e controle das emoções
Na Universidade
de Wisconsin (Estados Unidos), pesquisadores acompanharam oito
praticantes de meditação budista de, em média, 49 anos de idade, que
praticaram meditação ao longo de 15 a 40 anos. Eles foram comparados a
um grupo de controle de 10 estudantes, com uma média de 21 anos de
idade.
Foi constatado que a meditação budista durante longos períodos
induz a alterações na função cerebral, o que produz um efeito duradouro
na cognição e nas emoções. A prática melhora a atenção e a percepção.
"Além disso, meditar permite uma liberação maior de serotonina,
hormônio relacionado à felicidade, que ajuda a prevenir depressão e
auxilia no equilíbrio das emoções", acrescenta o terapeuta Edjasto
Ferreira, diretor do Instituto de Massagem e Acupuntura Isa Prudome, em
São Paulo.
Cérebro afiado e com mais neurônios
A alteração no
cérebro causada pela meditação é tão evidente que um estudo de Harvard,
publicado no Psychiatry Research: Neuroimaging, conseguiu determinar a
área atingida: há um aumento na concentração de massa cinzenta no
hipocampo esquerdo das pessoas que meditam. Há, ainda, um aumento dessa
massa no córtex cingulado posterior, na junção temporo-parietal e no
cerebelo.
O que isso significa? Uma melhora em regiões envolvidas com aprendizagem, memória, emoções e estresse. O cérebro pode ficar com mais concentração de neurônios, que são perdidos conforme a idade avança.
Coração protegido
O National Institutes of Health financiou
mais de 24 milhões de dólares durante 20 anos para estudar os efeitos
da Meditação Transcendental (MT) e outras técnicas relacionadas à doença
cardiovascular. Os estudos, no geral, apontaram que essa técnica pode
ajudar no tratamento de hipertensão (ao
relaxar os vasos sanguíneos), reduzir a síndrome metabólica, combater
aterosclerose e prevenir ataques cardíacos e derrames.
Prevenção do Alzheimer e controle de hiperatividade
Cientistas
da Universidade Emory, em Atlanta (Estado Unidos), descobriram que
meses de meditação intensa podem aguçar o cérebro a ponto de ajudar a
tratar distúrbios relacionados à desordem do pensamento, como déficit de
atenção, hiperatividade,
transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de ansiedade e Alzheimer. A
meditação contribui para regular a mente, aumentando a capacidade de
limitar as distrações e confusões de pensamento.
Melhora de pacientes com câncer ou aids
Doenças que
exigem tratamentos estressantes podem ter muita melhora com a
meditação. Uma pesquisa da Universidade de Brasília mostrou que a
prática reduziu os efeitos colaterais da quimioterapia - vômitos, náuseas e insônia - em mulheres que apresentavam câncer de mama.
Outro estudo, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos),
apontou que pacientes com o vírus HIV habituados a meditar sofriam menos
estresse e, consequentemente, tinham um sistema imunológico mais forte
para impedir infecções e o avanço do HIV.
Longevidade
As chances de viver mais com meditação também são apontadas cientificamente. Um estudo publicado no American Journal of Cardiology, financiado pelos National Institutes of Health,
avaliou as taxas de mortalidade de 202 homens e mulheres, com idade
média de 71 anos. Todos tinham pressão arterial elevada. Após 18 anos de
acompanhamento, as taxas de mortalidade foram reduzidas em 23% com a
prática regular de exercícios de meditação.
Comece já
Segundo o fisiatra Mário Vieira, é
possível treinar o organismo para chegar ao estado de relaxamento da
medicação praticando 20 minutos por dia, com exercícios de respiração
diafragmática."Sente-se em uma posição confortável, com a coluna reta e
os olhos fechados; relaxe aos poucos a musculatura de todo o corpo;
respire pelo nariz; conscientize-se no fluxo do ar que entra e sai do
corpo e repita mentalmente uma mesma palavra de sua escolha, a cada
expiração", explica o médico do Hospital Israelita Albert Einstein.
O pesquisador da UNIFESP Roberto Cardoso conta que essa técnica
descrita acima é chamada de passiva concentrativa, uma forma mais
simples de meditar indicada para iniciantes. "O seu foco pode ser
direcionado tanto a uma palavra quanto a um som, um objeto, uma parte do
corpo ou mesmo somente à respiração", afirma o médico.
FONTE:UOL- por
Letícia Gonçalves
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