sábado, 15 de outubro de 2011

Avelós: Esperança brasileira no combate ao câncer!

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Surge mais uma nova e grande esperança no combate ao câncer. Este arbusto aí da foto, chamado entre outros nomes de “avelós”, poderá ser a chave para a cura, ou senão o controle da doença.
O interessante é que esta planta a princípio é considerada tóxica pela resina (látex) que produz, mas a sabedoria popular, de há muito reconheceu nela as propriedades curativas. Esperemos que não seja apenas mais uma esperança e se converta mesmo em efetiva medicação, até porque será um remédio cuja patente deverá ser brasileira, uma vez que as pesquisas estão sendo conduzidas por uma equipe nacional.
Família: Euphorbiaceae.
Sinonímia Botânica: Euphorbia rhipsaloides Lem., E. Viminalis Mill.
Nomes Vulgares: Avelós, coroa-de-cristo, espinho-de-cristo, espinho-de-judeu, espinho-italiano, árvore-de-são-sebastião, pau-sobre-pau.
Descrição Botânica: Arbusto grande, semi-lenhoso, de 3-5 m de altura, lactescente, com inúmeros ramos verdes, suculentos, cilíndricos, praticamente sem folha. As flores são pequenas, raras e chegam a passar despercebidas.
Ecologia/Fenologia: Usada a pleno sol, prefere solo arenoso e rico em matéria orgânica (bem adaptada a solos secos e pobres) , clima quente e úmido.
Parte Tóxica: Látex.
Principio Ativo: Toxalbumina (4-deoxygenol).
Dose Letal: Não encontrada em literatura.
Principais Sintomas em Caso de Intoxicação: Intensa queimação, (keratconjutivite), pálpebras inchadas, dor ardente do globo ocular, visão borrada, erosão do epitélio córneo, acuidade visual diminuída, fotofobia, cegueira temporária.
Antídoto/Tratamento: Ver Euphorbia milii.
Outros Usos/Observações: Na África Oriental o uso medicinal indevido do látex ocasionou mortes
Cientistas e médicos brasileiros estão testando em humanos o potencial de uma erva amazônica para o tratamento do câncer. Provavelmente seja a primeira vez que o Brasil submete um medicamento dessa natureza, obtido em solo nacional, aos rigorosos testes médicos para a aprovação de uma nova droga.
A planta é a avelós (nome científico Euphorbia tirucalli), típica das regiões norte e nordeste do País. Sua ação medicinal já era mencionada na cultura popular, o que motivou a indústria farmacêutica a analisar sua ação em células em cultura e em animais. Os resultados foram bastante promissores.
Ao que tudo indica, a substância age nas células do câncer induzindo a apoptose — uma espécie de suicídio celular. “É o que chamamos de morte celular programada”, explicou ao G1 Auro Del Giglio, gerente do programa integrado de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos coordenadores do estudo. “Em células normais, é um procedimento que acontece para a renovação das células, com as antigas dando lugar às novas. Mas nas células do câncer isso quase nunca acontece, e a idéia é exacerbar essa tendência.”
Com isso, a droga tem o potencial para, caso não haja a regressão, pelo menos conter ou reduzir o avanço da doença, induzindo a apoptose de muitas das células do tumor. Não custa lembrar que o câncer é basicamente um agrupamento de células que se rebelaram contra o corpo, multiplicando-se enlouquecidamente e consumindo os recursos do organismo todo em prol de seu próprio crescimento. Simples de descrever, dificílimo de tratar.
Sem apressar conclusões
In vitro, a droga funcionou contra colônias de células de câncer de mama, melanoma e outros tipos de tumor. Mas ainda não dá para dizer que o remédio vá funcionar em humanos. “Nesse primeiro estudo, de fase 1, o que a gente faz é descobrir a dose certa”, diz Del Giglio. “É um estudo para identificar a toxicidade e a segurança do medicamento.”
No momento, cinco pacientes estão passando por esse procedimento no Hospital Israelita Albert Einstein. A idéia é concluir o estudo até o fim do ano e iniciar a fase 2 — que envolve um grupo maior de pacientes com o objetivo de identificar o real potencial da droga como tratamento para tipos específicos de tumores– em 2009.
A partir daí, os cientistas já miram buscar aprovação da droga para que chegue às farmácias, embora tenham ainda de ser conduzidas outras duas fases de estudos, de grande porte, para concluir o ciclo pelo qual passam todos os medicamentos antes de obter aprovação das autoridades competentes.
A despeito de estar ainda na fase preliminar dos estudos, a equipe está animada com os avanços. “Do que eu tenho notícia, é o primeiro estudo rigoroso conduzido com um medicamento herbal brasileiro para câncer”, diz Del Giglio. “Está todo mundo muito entusiasmado justamente por conta disso.”
O trabalho está sendo conduzido em parceria com a empresa PHC Pharma Consulting, com sede em São Paulo.
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