sábado, 18 de janeiro de 2014

Campanha prevê corte de até 30% do açúcar em alimentos industrializados.

Especialistas afirmam que cortes graduais na quantidade de açúcar não devem ser notados pelas pessoas, mas irão resultar na redução de calorias  Foto: Getty Images
Especialistas afirmam que cortes graduais na quantidade de açúcar não devem ser notados pelas pessoas, mas irão resultar na redução de calorias  
Especialistas em obesidade estão lançando uma campanha no Reino Unido para colocar pressão no governo e na indústria para que cortem o açúcar contido nos alimentos e bebidas em até 30%. As informações são do site do jornal britânico The Guardian.

Os cientistas e médicos por trás da ação “Action Sugar” afirmam que cortes graduais na quantidade de açúcar em pratos prontos, cereais, doces e refrigerantes não devem ser notados pelas pessoas, mas irão resultar na redução de calorias consumidas.

Uma diminuição de 20% a 30% de açúcar pode resultar em 100 calorias diárias a menos– e mais ainda para quem o consome muito. Isto é o suficiente para reverter ou pelo menos parar o crescimento da epidemia de obesidade e reduzir o número de casos de diabetes e outras doenças, dizem os especialistas.

A Action Sugar tem o objetivo de fazer algo parecido com o que foi realizado na década de 90, em uma campanha chamada Cash (Consensus Action on Salt and Health –  Ação de Consenso sobre Sal e Saúde), que teve sucesso ao reduzir os níveis de sal na comida. “Na maioria dos produtos dos supermercados, o sal caiu entre 25% e 40%”, disse Graham MacGregor, professor que participou da ação.

As pessoas não perceberam a diferença. Mas os cereais Kellogg’s, por exemplo, contêm 60% menos sal do que costumavam ter. A indústria argumenta que o açúcar é uma forma de carboidrato, que é necessário na dieta, e que é preciso cortar calorias para emagrecer e não necessariamente o açúcar. “O açúcar, assimo como qualquer outro nutriente, consumido como parte de uma dieta equilibrada, não é a causa da obesidade. Não existe uma única solução”, afirma a Food and Drink Federation.

O cardiologista e diretor científico Aseem Malhotra discorda e pontua estudos que associam o excesso de açúcar com diabetes, em pessoas acima do peso ou não. "A adição de açúcar não tem nenhum valor nutricional e o corpo não precisa disso", alerta. A campanha nasceu a partir da preocupação com o açúcar escondido em alimentos processados, como por exemplo as nove colheres de sopa em 330 ml de Coca-Cola e as quatro colheres em 300 gramas de sopa de tomate.

Simon Capewell, professor da Liverpool University, diz que o açúcar é o “novo tabaco”. “Em todo lugar, as bebidas com açúcar e as junk foods pressionam pais e filhos por uma indústria focada em lucro, e não em saúde”, afirma. O Departamento de Saúde afirma que ajudar as pessoas a ingerirem menos calorias, incluindo o açúcar, é  achave para a redução da obesidade. Já existem 38 empresas envolvidas no acordo, mas o governo quer ir além e conquistar novos aliados. Como parte do compromisso de redução de calorias, a Coca-Cola já diminuiu o nível em algumas de suas marcas de refrigerantes em pelo menos 30%.
Fonte:Terra.

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