O Brasil é o maior mercado de crack do mundo e o segundo de
cocaína, aponta o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. O estudo,
divulgado pela Universidade Federal de São Paulo n, mostra que esta epidemia corresponde a 20% do consumo global da
cocaína — índice que engloba a droga refinada e os seus subprodutos,
como crack, óxi e merla.Só no último ano, um em cada cem adultos fumou crack, o que representa um milhão de brasileiros acima dos 18 anos. Quando a pesquisa abrange o consumo das duas drogas, cocaína e crack, o número atinge 2,8 milhões de pessoas em todo o país. O número é considerado "alarmante" no período pelo coordenador do estudo, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.
"À medida que a OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que o consumo de cocaína está diminuindo no mundo, a gente não consegue observar isto no Brasil. O consumo está aumentando no país", destacou Laranjeira. "Estamos muito lentos no combate à epidemia e não sei se teremos recursos para cuidar de todo esse fenômeno."
Cerca de 6 milhões de pessoas (4% da população adulta) já experimentaram alguma vez na vida a cocaína, seja o pó refinado ou apenas a droga fumada (como se apresentam o crack e o óxi). Já entre os adolescentes, 442 mil (3% dos que têm entre 14 anos e 18 anos) também já tiveram experiência com algum tipo dessas susbtâncias.
PROPORÇÃO DE CONSUMO MUNDIAL DE COCAÍNA E CRACK NO ÚLTIMO ANO
| LOCAL | MILHÕES DE PESSOAS |
| EUA | 4,1 |
| Brasil | 2,8 |
| América do Sul (exceto o Brasil) | 2,4 |
| Ásia | 2,3 |
| África Central | 2,3 |
| Reino Unido | 1,1 |
| Espanha | 0,8 |
| Leste Europeu | 0,6 |
| Canadá | 0,5 |
| Oceania | 0,4 |
Quase 2 milhões de brasileiros, afirmam os dados, já usaram a cocaína fumada (crack, óxi ou merla) uma vez na vida, atingindo 1,8 milhão de adultos (1,4% da população) e150 mil adolescentes (cerca de 1%). No último ano, foram cerca de 1 milhão de adultos (1%) e 18 mil jovens (0,2%).
A pesquisa, que foi feita com 4.607 pessoas de 149 municípios brasileiros, indica também que o primeiro uso de cocaína ocorreu antes dos 18 anos para quase metade dos usuários (45%), seja para quem ainda consome a droga ou para quem já consumiu ao menos uma vez na vida.
No total, 48% desenvolveram dependência química, sendo que 27% relataram usar a droga todos os dias ou mais de duas vezes por semana. Conseguir as drogas também foi considerado fácil por 78% dos entrevistados, sendo que 10% dos usuários afirmaram já ter vendido alguma parte da susbtância ilegal que tinham em mãos.
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