sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Aumento da renda é um dos fatores determinantes para obesidade, aponta especialista.
De acordo com dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), 49% da população brasileira tem excesso de peso. Anita Sachs, nutricionista e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), constatou durante o XVI Congresso Brasileiro de Nutrologia, que ocorre até sexta-feira (21), em São Paulo, que o aumento da renda é um dos fatores determinantes para a obesidade.
Com base nos dados do POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os homens que ganham mais de cinco salários mínimos tendem a ser mais obesos, enquanto a equação se inverte nas mulheres, quanto maior a renda, menor a quantidade de mulheres com sobrepeso.
Sachs afirma que a renda familiar é determinante na disponibilidade de alimentos dentro de casa. "Quanto maior for a renda, maior é o consumo de refeições prontas, refrigerantes e gorduras", afirma. O mesmo sobrepeso encontrado nos homens também foi verificado nas crianças (de ambos os sexos) de cinco a nove anos que também possuem mais renda.
Segundo Sachs, é necessária uma mudança de comportamento para combater os malefícios e doenças associadas à obesidade. "Estamos em uma fase em que a alimentação é baseada em gorduras, açúcares e alimentos processados, além de doenças relacionadas à essa dieta. É preciso de uma mudança de comportamento, aumentar o consumo de frutas, hortaliças e carboidratos complexos, além da redução de gordura", afirmou.
A professora da Unifesp acredita que os procedimentos de vigilância epidemiológica serão um dos aliados no combate à obesidade. O processo é sistemático e consiste na coleta, análise, interpretação e discriminação de informações para criar novas políticas públicas e estratégias para promover qualidade nutricional aos alimentos e de vida à população.
"Esse sistema de vigilância não é um programa de intervenção, mas sim uma maneira de garantir a segurança alimentar e identificar as transições nutricionais que estão sempre correlacionadas às questões econômicas, sociais e demográficas”, destaca Sachs.
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