"Eles arriscaram e persistiram, se sacrificaram e salvaram vidas", afirmou a editora Nancy Gibbs ao justificar a escolha. Em 2013, a personalidade do ano para a revista foi o papa Francisco.
Embora a Time tenha escolhido a figura simbólica os "lutadores contra o ebola", a revista menciona "as forças especiais da organização Médicos Sem Fronteiras, os trabalhadores da associação de ajuda humanitária cristã Samaritan's Purse e muitos outros de todo o mundo que combateram lado a lado com médicos e enfermeiros locais, motoristas de ambulância e equipes de coveiros".
A epidemia de febre hemorrágica do ebola provocou 6.331 mortes entre os 17.800 casos de contágio detectados nos três países mais afetados da África Ocidental (Serra Leoa, Libéria e Guiné) até 6 de dezembro, segundo o balanço mais recente da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Devido à forma de contágio da doença, os médicos e enfermeiros que tratam os infectados têm um alto risco de contrair o ebola.
Por isso, centenas de trabalhadores da saúde morreram nos três países africanos mais atingidos pela epidemia. Em Serra Leoa, por exemplo, dos 12 médicos que contraíram ebola apenas dois sobreviveram.
O ebola "atingiu médicos e enfermeiros em números sem precedentes, afetando infraestruturas de saúde pública que já eram frágeis", escreveu Gibbs no site da Time.
"Em um dia de agosto na Libéria seis mulheres grávidas perderam seus bebês porque os hospitais não podiam admiti-las por complicações. Qualquer pessoa que tratou vítimas de ebola correu o risco de se converter em uma delas", explicou.
A designação da "personalidade do ano" é uma tradição anual da revista Time desde 1927. A figura escolhida aparece na capa da edição de fim de ano da publicação.
Em 2012, o presidente americano Barack Obama, que acabara de ser reeleito, foi escolhido personalidade do ano.
Um ano antes, a Time escolheu a figura do "manifestante" como personalidade de 2011, em um reconhecimento às pessoas de todo o mundo, em particular do Oriente Médio e norte da África, que saíram às ruas para lutar por seus direitos na denominada "Primavera Árabe".
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