terça-feira, 31 de maio de 2016

Trânsito ganha novas leis e reajustes de valores em 2016.


Leis de trânsito mais rígidas para infratores, exigência de simuladores para autoescolas e a obrigatoriedade dos freios ABS para 10% das motos zero km são algumas das novas regras que começam a valer neste ano. Mas há outras que terão um maior prazo para serem colocadas em prática. As vans escolares terão até fevereiro de 2017 para oferecer cadeiras infantis para crianças de até sete anos e meio, enquanto a resolução 142 do Conselho Nacional de Trânsito prevê a instalação de chips de identificação nos veículos.

Vaga de idosos

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Ivonaldo Alexandre
Desde o dia 1.º de janeiro, os motoristas flagrados ocupando vagas para idosos e deficientes físicos de forma irregular devem pagar uma multa de R$ 127,69, quase 140% a mais que os R$ 53,20 cobrados anteriormente. O número de pontos tirados da carteira também subiu: de três foi para cinco pontos.
A mudança foi determinada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, criada pela lei 13.146, sancionada em julho do ano passado. Além disso, os carros estacionados nas vagas estão sujeitos a guincho.
De acordo com a Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran), de janeiro a novembro do ano passado foram registradas 2.931 autuações por estacionamento em vagas para deficientes e 7.171 pela ocupação irregular de vagas para idosos.
Nos dois casos, houve aumento de infrações em comparação com 2014, quando houve 2.553 autuações no primeiro e 6.341 no segundo caso.

ABS para motos

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Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
O universo das duas rodas também tem novidades em 2016. Os freios ABS ou CBS para motos serão obrigatórios para 10% dos modelos fabricados e vendidos no país e para todos os que tiverem potência a partir das 300 cilindradas. Até 2019, a totalidade dos modelos zero km do país deverão ser equipados com um dos sistemas. Já para os condutores das motos de 50 cilindradas, as chamadas ‘cinquentinhas’, serão exigidas a CNH de categoria A ou a Autorização de Circulação Ciclomotor (AAC), que é exclusiva para modelos com esta potência.

Simulador de direção

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Brunno Cuvello/ Gazeta do Povo
Os condutores que tirarem a primeira habilitação neste ano terão de cumprir cinco horas a mais de aulas práticas em simuladores de direção. A exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), prevista na Resolução 543, vale desde o último dia 31 de dezembro e compreende a categoria B, para carros de passeio.
Ao todo, o motorista terá de cumprir 25 horas/aula: 20 na rua, sendo quatro delas noturnas; e outras cinco no simulador, das quais uma em módulo noturno. O uso dos aparelhos estava previsto para 2013, mas após as autoescolas pedirem um maior prazo, a exigência foi adiada.
O preço estimado do equipamento é de R$ 40 mil. Segundo o Detran/PR, dos 788 Centros de Formação de Condutores (CFCs) do estado, só três possuem o simulador.
Segundo noticiou o Paraná TV, da RPC, as fiscalizações terão início daqui a quatro meses e, por enquanto, os futuros condutores podem fazer aulas em qualquer autoescola.

Vans e chips

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Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Em 2016, passam a valer outras duas exigências de trânsito: o início da implantação de chips de identificação em automóveis e o uso de cadeiras infantis em vans escolares.
A primeira, mais controversa, estava prevista para 2014, mas foi adiada duas vezes. Não há uma data limite para a instalação da tecnologia, chamada de ‘placa eletrônica’ e que deve conter as informações de identificação do veículo.
Já a segunda tem início em fevereiro e dá até 1.º de janeiro de 2017 como prazo para adaptação.

Estar

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Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A lei para quem estacionar de maneira irregular em vagas do EstaR também ficou mais rigorosa. Desde o dia 6, a infração subiu de R$ 53,20 para R$ 127,69, enquanto que o número de pontos descontados da carteira foi de três para cinco.
A regra foi regulamentada pela Lei Federal 13.146. Após receber o aviso de infração, o condutor tem até cinco dias úteis para regularizar a situação, adquirindo um talão de EstaR. O preço é de R$ 22 e o pagamento pode ser feito nas casas lotéricas.

sábado, 7 de maio de 2016

Exercício pode anular efeito nocivo da poluição do ar, diz estudo.


Um estudo da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, sugere que os benefícios para saúde de atividades ao ar livre, como andar de bicicleta ou caminhar, são maiores do que os danos causados pela eventual exposição à poluição durante o exercício.
Mais de 5,5 milhões de pessoas morrem de forma prematura no mundo todo ano como resultado da poluição do ar, segundo levantamento de uma outra pesquisa. Os dados foram reunidos como parte do projeto chamado Global Burden of Disease ("Peso Global das Doenças", em tradução livre).
Por outro lado, a prática regular de exercícios reduz o risco de doenças como diabetes, problemas cardíacos e vários tipos de câncer.
O estudo britânico mostrou que mesmo em cidades com altos níveis de poluição, o benefício dos exercícios ainda supera os riscos de se respirar o ar poluído.
Os pesquisadores usaram simulações em computador para comparar dados sobre tipos diferentes de atividades físicas e níveis diferentes de poluição do ar em lugares espalhados pelo mundo.
Eles descobriram que, pra a média de concentração de poluição em áreas urbanas, o ponto de virada - quando os riscos dos exercícios começam a superar os benefícios - acontece depois de 7 horas de ciclismo ou 16 horas de caminhada por dia.

Viagem ativa

Uma forma de as pessoas incorporarem a atividade física em seu dia a dia é por meio de "viagens ativas": caminhar ou andar de bicicleta ao transitar pela cidade.
Essas práticas também podem ajudar a reduzir as emissões causadas por carros e outros meios de transporte - principais fontes de poluição nas cidades.
O problema é que muitos dos "viajantes ativos" temem inalar poluentes durante a prática de exercício e prejudicar sua saúde - e é justamente isso o que é estudado pela pesquisa de Cambridge.
Já se sabia que as vantagens superam os malefícios em áreas de baixa poluição do ar, mas o cenário ainda é mais relativo em cidades extremamente poluídas.
"Nosso modelo indica que, em Londres, os benefícios para saúde da viagem ativa sempre superam os riscos da poluição. Mesmo em Nova Déli (na Índia), uma das cidades mais poluídas do mundo - com níveis de poluição dez vezes maiores que os de Londres -, as pessoas precisariam andar de bicicleta mais de cinco horas por semana antes de os riscos da poluição superarem dos benefícios para saúde", disse Marko Tanio, da Unidade de Epidemiologia da Universidade de Cambridge.
"Mas devemos lembrar que uma pequena minoria de trabalhadores nas cidades mais poluídas, como entregadores que usam bicicletas, podem estar expostos a níveis de poluição do ar altos o bastante para anular os benefícios à saúde da atividade física", acrescentou.

Método

Os pesquisadores pertencem ao CEDAR, uma parceria entre as Universidades de Cambridge e East Anglia, ambas na Grã-Bretanha, e o Conselho de Pesquisa Médica britânico. Eles usaram simulações de computador para comparar os riscos e benefícios para diferentes níveis de intensidade e duração da viagem ativa e de poluição do ar em lugares diferentes no mundo todo, compilando estudos epidemiológicos e meta-análises.
A partir desses dados, os pesquisadores calcularam que, em termos práticos, os riscos representados pela poluição do ar não vão anular os benefícios para saúde de quem pratica viagens ativas na grande maioria das áreas urbanas do mundo todo.
Apenas 1% das cidades que estão no banco de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre poluição atmosférica tinham níveis de poluição altos o bastante para começar a anular os benefícios das atividades físicas depois de meia hora de bicicleta por dia, todo dia.

Combate à poluição

A média do nível de poluição para cidades no mundo inteiro é de 22 microgramas por metro cúbico, de acordo com a OMS.
"Ainda que esta pesquisa demonstre os benefícios da atividade física apesar da qualidade do ar, isso não pode justificar a inação no combate à poluição", ressaltou James Woodcock, membro do CEDAR e participante da pesquisa.
Para ele, a pesquisa reforça a necessidade de "investimento em infraestrutura para tirar as pessoas de dentro de seus carros e colocá-las para caminhar ou andar de bicicleta - o que já pode reduzir os níveis de poluição e, ao mesmo tempo, dar apoio à atividade física".