Conquistar uma vaga numa faculdade de medicina já é uma vitória a
qualquer vestibulando. E o se candidato em questão não tiver sequer
terminado o ensino médio na escola pública? José Victor Menezes Teles,
14, obteve nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) suficiente para
ser calouro do curso de medicina da UFS (Universidade Federal de
Sergipe) esta semana.
O garoto de corpo franzino é aluno do 1º
ano do ensino médio do Colégio Estadual Murilo Braga, em Itabaiana (SE),
a 52 km da capital, Aracaju. Ele conta que sempre gostou de ler,
estudar e apontou os pais, ambos professores da língua portuguesa na
rede pública, como principais motivadores. "Eles sempre acreditaram no
meu potencial. Sempre me incentivaram e eu sempre corri atrás de meus
objetivos", disse.
Segundo o garoto, ele se dedicava a 5 horas
de estudos por dia, fora o tempo da escola. Para treinar, usou a
estratégia recomendada por dez entre dez professores: fazer provas
anteriores. Se ele percebia dificuldades, como foi o caso de assuntos de
química e física, buscava reforço. "Durante as férias fiz cursinho
aqui em Itabaiana e Aracaju", lembrou.
José Victor se diz um
aficionado usuário de internet e a utilizou como uma ferramenta
importante nos estudos. "A internet me ajudou muito através das
vídeoaulas, nas consultas, nas dúvidas", disse o garoto, lembrando ainda
que a rede mundial de computadores também lhe servia como fonte de
lazer.
Não é muito novo?
Afiado nas respostas, o
itabaianense respondeu sem titubear que seus 14 anos não lhe
atrapalhariam no desempenho no curso superior. "Não se mede a capacidade
pela idade. Estou sim preparado para cursar medicina. Era meu sonho e
estou perto", respondeu o adolescente, mais velho entre quatro irmãos.
Agora, ele aguarda uma decisão judicial para poder comemorar a vitória.
O garoto, apesar da pontuação no Enem, não concluiu o ensino médio --
exigência da UFS para se matricular. "Não se coloca limite de idade para
ingressar na Universidade Federal de Sergipe", afirmou o diretor do
departamento de administração acadêmica da UFS, professor Antônio
Edilson do Nascimento.
Já a secretaria estadual de Educação não
pode lhe conceder o certificado de conclusão do ensino médio por causa
da sua idade. Apenas jovens com mais de 18 anos, com pontuação de 450 e
que não tenham zero na redação, podem pedir um certificação.
Os
pais de José Victor entraram na Justiça pedindo para que a Secretaria de
Estado da Educação conceda ao filho o direito de realizar a prova de
proficiência e, portanto, um certificado que lhe ateste o ensino médio.
"Entramos com o mandado na Justiça. Meu filho teve média no Enem e
merece essa oportunidade. É um menino que gosta de correr atrás das
coisas. Com certeza ele pode fazer esse curso [medicina]. Tem
maturidade", disse o pai de José Victor, José Mendonça, conhecido na
cidade como "Professor Tostão".
O desempenho de José Victor no
Enem não foi uma surpresa para o pai que contou, orgulhoso, outro feito
do garoto. "Ano passado ele ganhou uma bolsa por ser medalhista na
Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas", destacou.
José Victor obteve 751,16 pontos na prova e 960 na redação.
Você sabe a quantidade de água que precisa beber diariamente? É muito
comum ouvir que um adulto precisa ingerir, no mínimo, dois litros por
dia. Mas, na verdade, o número de copos diários para cada pessoa deve
ser proporcional ao peso, idade, nível de atividade física, alimentação,
função renal, grau de hidratação e até o clima onde reside. "Não há
quantidade padrão, isso é mito. Existem pessoas, por exemplo, que
precisam de menos de dois litros por dia, e outras, de mais de três”,
explica a nutricionista clínica funcional Joyce Moraes.
A
nutricionista, que também é professora da faculdade Maurício de Nassau,
orienta que o ideal para descobrir a sua necessidade diária é procurar
ajuda profissional. “É preciso conhecer os hábitos alimentares do
paciente, se consume frutas ricas em líquido e sucos, além do seu
cotidiano. Também existem alguns tipos de exames específicos, como de
bioimpedância (avalia quantidade de água no organismo), aparência da
pele e cor da urina”, explica.
CÁLCULOS PARA ADULTOS SAUDÁVEIS -
Apesar de a melhor opção ser mesmo procurar um profissional, existe um
cálculo geral que pode ser utilizado em adultos saudáveis, com prática
de exercício regular. O cálculo é bem simples, basta multiplicar cada
quilo por 35ml de água. Um adulto com 70kg, por exemplo, deve beber
diariamente 2,450 litros de água pura. Já uma pessoa com 60 kg, precisa
2,1 litros.
“É importante reforçar que esse cálculo não pode ser
feito, por exemplo, em adultos que realizam atividade física de alto
rendimento, pessoas com insuficiência renal, idosos ou crianças”, afirma
a nutricionista. Em relação aos pequenos, ela explica que os valores de
referência variam com a idade. No caso de um bebê entre seis meses e
dois anos, é preciso multiplicar 150ml para cada quilo.
Os
idosos e crianças também são mais suscetíveis à desidratação. Por causa
da idade, os mais velhos têm a função renal prejudicada, digestão mais
lenta, e os mecanismos que motivam a sede não funcionam como nos mais
jovens. Já as crianças ainda estão com o sistema fisiológico em
desenvolvimento e sua capacidade de ingestão é menor. “Quando são muito
pequenas, as crianças sentem dificuldade para informar que estão com
sede. Aliás, a sensação de sede é uma reação do organismo quando está
carente de água, mas o ideal é não senti-la. Se você estiver bem
hidratado, não terá sede”, explica.
FUNÇÃO – A
água é fundamental nas reações metabólicas que ocorrem a todo instante
no organismo. É responsável pela distribuição de nutrientes, auxilia na
constituição do sangue, hidratação dos tecidos e ajuda a manter a
temperatura corporal. Cerca de 60% do nosso corpo é composto por água.
Losna (Artemisia annua): três vezes mais eficaz
que utilizar a dose padrão dos remédios que contêm artemisina e que hoje
constituem a forma mais comum de tratar malária
Um grupo de cientistas descobriu um novo tratamento contra a malária baseado no uso de Artemisia annua,
conhecida popularmente como losna, uma planta da qual é extraído o
principal ingrediente para a fabricação de remédios para a doença,
conforme a revista "Proceedings of the National Academy of Sciences"
Durante décadas, médicos e servidores de saúde pública em todo mundo
tiveram suas tentativas de tratar a malária frustradas pela capacidade
do parasita de desenvolver resistência aos medicamentos.
Mas a forma de combate à malária pode mudar após a descoberta da equipe
do microbiólogo Stephen Rich, da Universidade de Massachusetts Amherst.
Usar diretamente a losna é três vezes mais eficaz que utilizar a dose
padrão dos remédios que contêm artemisina e que hoje constituem a forma
mais comum de tratar malária em nível mundial, afirmam os cientistas. A
aplicação direta da planta é ainda duas vezes mais eficiente, mesmo se a
dose do medicamento for dobrada.
Para realizar a pesquisa, Rich e sua equipe realizaram uma série de
experimentos para comparar os resultados do tratamento da malária com a
planta e com os remédios.
Foram avaliados nos dois tipos de malária usados e que afetam os
roedores o tratamento mais eficaz e quais parasitas resistiam, uma vez
que tinham sido aplicados diferentes medicamentos.
Um dos tipos da doença testados é o que mais se assemelha ao Plasmodium falciparum, o mais mortal dos cinco parasitas da malária humana.
"Realizando esses experimentos com diferentes espécies da malária dos
roedores, conseguimos uma prova sólida sobre o tratamento", afirmou
Rich.
Para o cientista, o estudo tem importância especial porque 3,2 bilhões
de pessoas correm risco de contrair malária, de acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS).
Nas conclusões da pesquisa, os cientistas sugerem que futuros estudos
explorem mais profundamente as possibilidades de tratar a doença com a
planta, um método mais barato e não baseado em fármacos.
Adolescente usa celular para ver mensagens: mais sujo do que banheiro, segundo especialistas
Você teria coragem de levar o assento da privada ou o sapato de um
estranho para a sua cama? Não, né? Mas sempre lê alguma notícia no
tablet ou troca mensagens pelo celular antes de dormir, certo? Então
prepare-se para esta notícia: esses aparelhos eletrônicos carregam mais
micro-organismos que o vaso sanitário, inclusive bactérias causadoras de
doenças e infecções hospitalares.
Embora existam poucas análises envolvendo tablets, não faltam pesquisas
sobre a contaminação dos celulares. Uma delas foi divulgada em 2012 por
pesquisadores da Universidade do Arizona. Segundo eles, esses aparelhos
contêm dez vezes mais bactérias que um banheiro.
"O celular só perde, em contaminação, para os carrinhos de
supermercados e para mouses e teclados de computadores", afirma o
microbiologista Roberto Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria.
Em quantidade de micro-organismos, o aparelho ganha de longe de solas
de sapato, apoios de ônibus, corrimãos de escadas rolantes, tampos de
vasos sanitários e escovas de dentes, segundo o especialista. Ganha até
dos panos de prato molhados, que por sua vez têm um milhão de bactérias a
mais que os assentos de privada. E, segundo o Dr. Bactéria, tanto faz
se o aparelho tem tela de touch screen ou teclado -- o nível de
contaminação é o mesmo.
Até ebola
Não é de se espantar que computadores, smartphones e tablets sejam
fontes de doenças, algumas bem graves. Roberto Figueiredo avisa que, na
literatura, há caso até de transmissão do vírus ebola pelo celular.
Em análises de laboratório, Roberto Figueiredo e sua equipe já
encontraram, nos aparelhos, bactérias como a Staphylococcus aureus, que
pode provocar intoxicações alimentares, conjuntivite, sinusite,
laringite e infecções com pus; a Escherichia coli, que é indicadora de
contaminação fecal e pode causar diarreias e vômitos; e até a
Pseudomonas aeruginosa, associada a infecções hospitalares, entre outras
doenças.
O motivo de tanta contaminação é simples: além da proximidade com a
boca, muita gente não lava as mãos da forma correta e na frequência
adequada. Sem contar que celulares e tablets têm substituído revistas e
jornais no banheiro.
Mouses e teclados de computador são ainda piores, segundo Figueiredo,
porque acumulam, além de saliva e coliformes fecais, restos de comida e
bebida, que também são alimentos para as bactérias.
Uma pesquisa divulgada pela especialista em higiene Lisa Ackerley, da
Universidade de Salford, diz que dois em cada três trabalhadores do
Reino Unido almoçam no computador. E 20% nunca limpam o mouse. No
Brasil, o cenário não deve ser muito diferente.
Basta uma tosse ou uma coceira no nariz e pronto, vírus e bactérias vão
logo para as superfícies mais tocadas. E alguns desses micro-organismos
podem sobreviver por até 24 horas, como alerta Ackerley em uma
reportagem do jornal britânico Daily Mail.
Limpeza
Para evitar contrair doenças pelo contato com esses micro-organismos, a
principal recomendação é lavar as mãos corretamente -- com sabão, por
no mínimo 20 segundos e secando bem depois. E o ritual deve ser repetido
não só depois de usar o banheiro, como também antes de comer e de
começar a trabalhar, especialmente se você usa transporte público.
E quanto aos celulares e tablets, companheiros inseparáveis até nos
momentos mais íntimos? Vale lembrar que os manuais desses equipamentos
sempre trazem advertências contra o uso de água e de produtos de limpeza
comuns.
Dr. Bactéria dá a dica: umedecer um lenço de papel toalha com álcool
isopropílico e passar por todo aparelho. Mas atenção: esse tipo de
produto costuma ser encontrado em lojas especializadas, e é diferente do
álcool etílico que você compra no supermercado.
Mesmo com um produto adequado, é bom ser comedido na quantidade. "É só
umedecer, e não encharcar -- você mata bactérias pelo contato e não por
afogamento", ressalta Figueiredo. Para pessoas ligadas à área da saúde,
como dentistas, médicos e enfermeiros, é preciso higienizar o aparelho
diariamente. Já outras pessoas podem fazer a limpeza só uma vez por
semana.